À Saudade , a noite e a Solidão



À Saudade à Noite e a Solidão

À saudade é amiga da noite
Com ela segue de bar em bar
Por ruelas, vilas, avenidas
Entra sem pedir licença
Abrindo portas e fechando janelas
De casa em casa, quarto em quarto...

Sai dançando na canção
E para na frente dos indefesos
A lembrar-lhes do que tentam esquecer...

Derrama-se nos copos, queima a garganta
Embriaga a alma de saudade...

E vai a saudade fazendo farra na noite
Não nos permite dormir
Invade nossa insônia
Nossos versos...

Rodopia como bailarina
Embriagada ri do nosso pranto
Nem sequer permite que tentemos
Fazer da noite uma aliada...

A noite é dela confidente
Vive a contá-la os nossos segredos
E ela chega sorrateiramente
E quando a percebemos
Já está dominando nossas cabeças
A embargar os nossos corações...

A saudade então chama a solidão
Que se encarrega
De fortificar o circuito
E nos arrasta para esse labirinto
Que só adormece quando o dia vem...

E ao amanhecer
Despedem-se as três
Contentadas
Por mais uma vez ter cumprido o ciclo...

À Saudade a Noite e a Solidão...

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